sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Kiss me.

[Nota antes do post mesmo, sim é estranho, mas to nem abling. Bii pediu e a Kitty vai fazer. Essa é fanlombra que criei (fanfic + lombra) do U-kiss... porque U-kiss é amor... e amor é o Binhozinho, que é o protagonista da fic <3>

Kiss me.

Ele sentia como se acabasse de se mudar pra lá, conhecia todos há muito tempo, mas estar morando com eles era outra história.
Talvez tenha sido uma semana ou duas, mas não sabia ao certo quando que as coisas se complicaram. Talvez, tenha sido depois de se mudar, ou já estavam complicadas quando foi morar com os amigos, mas a única coisa que tinha certeza, era que o problema veio depois que outra palavra começou a estar presente no ar daquela casa: Amor.
Olhava de um amigo para o outro, suspirando várias vezes, tentava chamar a atenção dos dois que continuavam emburrados um com o outro. Kim Kibum, um jovem de rosto exageradamente afinado e Kevin Woo SungHyun, o rapaz de rosto delicado, estavam brigando desde a sua chegada, estava começando a se sentir culpado e as coisas pioraram, sentia que pioraria mais com o tempo. Se levantou, olhando uma última vez os amigos, pelo visto eles não iriam abrir mão do orgulho de jeito nenhum.
Saiu da pequena sala e foi para a cozinha, tentando se lembrar se realmente fizera algo de errado. Se encostou na pia, levando as mãos ao rosto. Conteve todas as vontades que sentiu de chorar, correr e gritar e ficou pensativo no seu canto. Não era mesmo um canto normal para uma pessoa com problemas, mas ele gostava de ficar olhando a cozinha vazia, era onde passava mais tempo com todos os amigos reunidos.

As lembranças vieram em sua mente, desde quando se conheceram até o momento atual.

Desceu do carro de sua família, suspirando quando avistou o grande prédio de seu colégio.
“Serão somente dois anos, meu filho”, sim, dois anos na completa solidão. Seu intelecto avançado não permitia que fizesse amigos, era “estranho” demais pra isso. Não que realmente aparentasse isso, o jovem Alexander Lee, era tão normal quanto qualquer aluno daquela escola. Os cabelos bem arrumados e a roupa elegantemente bem engomada davam um ar sensual no olhar infantil do jovem mestre.
Caminhava desanimado pelo o caminho que lhe era mostrado no mapa que o diretor lhe entregou. Dividiria o quarto com um garoto e a idéia não foi muito bem aceita pelo rapaz, já que seus pais estavam pagando, um pouco de privacidade seria legal. Bateu na porta do quarto indicado antes de abrir a porta e dar de cara com uma cena nada comum, cinco garotos, em cima de uma cama, dividindo o mesmo cobertor e quatro prestavam atenção em um que estava sentado no centro, lendo um livro. Naquele dia, o jovem Alexander tinha percebido que não era o único anormal no mundo.
Em alguns meses de convívio, já fazia parte daquele grupo estranho de amigos, descobriu muitas coisas com eles e se prendeu em um mundo que nunca pensara que um dia iria existir, por não existir. Já chamava seus amigos por apelidos esquisitos que sempre inventava e descobriu a capacidade de amar várias pessoas de maneiras diferentes, a solidão não existia mais. Seus melhores amigos entre eles eram Kevin, Kibum e Eli, não eram realmente seus nomes, mas quem ligava?! No meio do último semestre de aulas, eles iriam se separar. Viver a vida de gênios solitários novamente, mas antes de realmente pensarem em uma despedida, fizeram um pacto, um pouco esquisito, mas não deixava de ser um pacto.

- Vamos todos morar na mesma casa, no nosso país, mas a casa completamente diferente de todas que ali existem. – era a voz do mais novo de todos, DongHo.

- Sim, uma casa grande – Uma ambição comum, vindo do mais normal de todos, o KiSeop. - Completamente colorida – Alexander deixou escapar seu desejo.

- E cada parte dela vai nos levar para um lugar mágico do mundo, onde tiveram histórias incríveis – Completou Kim Kyoung Jae, Eli.

- E onde estará cheia como um balão de... de... de... – Kevin disse pensando numa continuação para a sua frase.

- Amor – Riu Kibum ao completar o jovem. - Mas, vamos dar prioridade a amizade, quando um partir, deixaremos a casa do jeito que estava para o seu retorno – Finalizou SooHyun.

Então os planos estavam feitos, agora precisava somente de tempo e muita paciência para realizá-los. Eram planos de crianças, ou quase crianças, mas para pessoas como eles, que não tivera infância, que não podia pensar como uma, eram planos de gente grande. E demorou mais um ano para isso acontecer, não exatamente como planejaram, mas os planos mudam com o tempo, se esse for longo. Alexander soube por cartas, o que seus amigos faziam, um descobriu a casa, outro a comprou até finalmente saber que três a finalizaram com o seu desejo e o de Eli, era como um presente preparado e bem embalado para seus amigos. Mas, seus desejos e planos só ficaram no papel por muito tempo, lia as cartas animadas de seus amigos contando como estavam indo os planos mirabolantes para ficarem juntos, mas nunca participava. Seus pais lhe prenderam numa sala chamada “Futuro” e não o deixava sair mais. Trabalhava com documentos, planejamentos para a empresa de seu pai, um futuro que ele queria para o filho e não o que o próprio Alexander desejava. Ficou alguns dias, que se tornaram semanas e logo se tornara um mês tentando descobrir algo que eles odiassem para poder partir, e descobriu.

- Pai, já que planejou todo meu futuro, quero que saiba de uma coisa antes de fazer planos de casamento para mim – Observou os pais atentos ao que iria dizer, sentados envoltos da mesa de jantar e sorriu – Eu sou gay.

Em um dia a mais, estava parado em frente a tal casa com suas malas em mãos, olhando a belíssima paisagem do local, o grande jardim bem elaborado e as várias cores espelhadas por toda extensão de concreto, madeira e telhado que tinha no imóvel, sorrindo feliz por ter conseguido ser expulso de sua família para viver com os amigos.

- Seja bem vindo Alexzinho! – Se acostumara com os apelidos carinhosos vindo de Kibum. Enquanto seu amigo preparava sua estadia, observava todos os planos bem concretizados a sua frente, saiu exatamente como estava no papel, uma casa completamente diferente de todas da Coréia que transbordava alegria, amor, amizade e muita magia como sempre imaginara. Estava tudo tão bonito, tão colorido.

- Fizeram um ótimo trabalho, me sinto um intruso. - Alex, os planos foram feitos em grupo, se não participou da realização deles, não quer dizer que não faça parte disso – Sorriu ao ouvir a voz de Eli, todos estavam do mesmo jeito, o que mudava era somente pequenos detalhes. Como a cor do cabelo de Kibum e o loiro nos cabelos de Kevin e Eli, mas ainda eram os mesmo malucos.

A amizade se tornou mais forte com o passar do tempo, foi pouco, mas foi o bastante pra tornar as coisas mais complicadas, Kibum e Eli assumiram o relacionamento e todos assumiram a opção sexual de cada um, Alexander achava estranho ser o único que não sabia exatamente o que era, nem se um dia iria saber. Dividia o quarto com Eli assim como na escola, mas se mudou depois da revelação. Agora, estava no mesmo quarto que SooHyun, o garoto de olhar profundo e hipnotizante, de acordo com a sua observação. Então, Kevin e Kibum brigaram, o motivo não se sabe, mas aconteceu. Alexander percebia que as coisas estavam se complicando por sua causa, ele sentia isso. Kibum e Eli romperam sem mágoas, mas com muito ressentimento, o que tornou o relacionamento entre eles rancoroso demais para continuarem no mesmo quarto, Eli dividia agora o quarto com DongHo e Kibum com Kevin, o que resultou em brigas todos os dias. O clima na casa estava tão pesado que Alexander chegou a ver um lado da casa cinza, completamente cinza.
E então chegou ao momento próximo ao começo da história. KiSeop partiu.

- Sinto muito rapazes, mas não tem como continuar assim – Fechou a porta da sala, deixando uma carta. A carta que deveria ser aberta somente quando mais um deixasse a casa. Desse dia em diante, Kevin e Kibum não se falavam mais, nem trocavam olhares.

Deixou um soluço escapar com as lembranças e levando as mãos ao rosto, não podia chorar novamente. Saíra de casa por ter um futuro planejado a sua espera, agora não tinha futuro algum. Seus amigos deixavam seu futuro concreto e perfeito a sua frente, agora... - Não tem nada.



Se levantou da cama, desanimado. Mais um dia chato, com problemas chatos e amigos chatos. Desceu as escadas notando que a sala estava vazia, chegou na cozinha e ela também estava vazia. Não ligou, sabia que um dia ela estaria vazia mesmo. Preparou seu café, se sentou na mesa e tomou o seu café, sozinho. Lavou as louças e subiu as escadas, ouvindo gritos, sim, não conversavam, eles gritavam. Mas, era de seu quarto, era SooHyun e Eli. Sabia reconhecer as vozes de seus amigos, se aproximou da porta para que parassem com o escândalo quando ouviu o seu nome...

- O meu problema nessa casa é você e o Alex, SooHyun.

- Não coloque o Alex nisso Eli, foram vocês que destruíram esse lar, não ele.

- Começou por ele – Paralisou ao ouvir aquilo, então ele tinha culpa de algo mesmo.

- Não entendo você, ficou com despeito porque comi você e te deixei, agora ta colocando um inocente na história.

- Não, ele não é inocente.

- Me diga o que ele fez?

- Seduziu o Kibum

- O que? Quer mesmo que eu acredite nisso?

- Terminei com o Kibum por causa dele, SooHyun.

O silencio se estabeleceu no cômodo, até Eli continuar.

- Ele se apaixonou pelo Alex e eu terminei com ele porque brigamos e ele me contou isso.

- O que quer que eu faça? – a voz de SooHyun estava séria e completamente fria.

- O mesmo que fez comigo, com DongHo e com o Kevin.

- Que eu transe com ele e o deixe?

- É, o Kevin morre de amores por você agora, quero o Alex do mesmo jeito.

- Você se tornou esse nojo quando Eli? – ouve-se uma risada divertida.

- Desde quando senti você dentro de mim.

- Não comi todo mundo porque eu queria comer, eles vieram... você veio, deitou na minha cama e se insinuou, eu sou homem Eli, não um monstro.

Os olhos de Alexander marejaram, não queria ter escutado aquilo, queria saber o motivo, mas não se fosse algo parecido. Correu pelo corredor, esperava que nenhum dos dois tivesse percebido sua presença, mas se enganou ao ouvir a voz do moreno, aquela voz... não, tinha que correr, desceu pelas escadas tropeçando nos degraus e caindo. Por sorte não se machucara, mas sentiu o corpo dolorido após a queda. Deixou finalmente as lágrimas deslizarem pelo rosto, soluçando como uma criança. A visão embaçada mostrava a imagem do moreno, não queria ver, fechou os olhos com força e murmurou um dolorido "Sai daqui, me deixa em paz", mas não fora obedecido. Sentiu os braços dele envoltos de seu corpo e seu peso completamente sobre o corpo do moreno, afundou o rosto na curva de seu pescoço, chorando compulsivamente.

- Você ouviu a partir de qual parte Alex?

- Eu ouvi tudo - O tom infantil e emburrado do jovem poderia fazer SooHyun rir, mas se controlou, a situação não permitia.

- Eu sinto muito, devia ter te contado.

- Devia me deixar em paz e viver sua vida imunda sozinho SooHyun - Sim, aquela era a dica que o menor sempre dava para o moreno quando não queria justificativas e nem pedidos de desculpas, só queria ficar em paz. Deixou o menor sobre o sofá, sentindo um fio de sangue deslizar pela testa dele, se preocupou... lógico, mas a pedido do menor, ignorou e virou-se para partir.

- Eu amo você SooHyun - Finalmente deixara escapar as palavras que tanto guardou pra si por tanto tempo, observando o moreno parar e desviar a atenção para ele. Os planos feitos em sua mente, só precisava arruinar mais a sua própria vida pra realiza-los - Mas não quero ferir um amigo meu pra ficar com você. Eu quero você, mas consigo sobreviver com esse sentimento idiota, sozinho.

SooHyun tentava se lembra de quando se apaixonara pelo rapaz de olhar infantil. Quando o conheceu, já sabia que era gay, mas não sabia se um dia estaria dependente de alguém. Se lembrou do primeiro sorriso que conseguiu arrancar dele, e seu coração se aqueceu com a lembrança. Talvez tenha sido a partir daquele momento, talvez tenha sido no dia que passearam pelo jardim de sua casa vestidos com kigurimis, como o jovem pedira ou talvez quando ele declarou que queria se apaixonar por uma pessoa perfeita, mas com defeitos, porque assim não seria real e sim uma farsa o amor que sentiria. O que ele sabia, é que era apaixonado pelo pequeno. Ele não era realmente pequeno, mas tinha a alma de um pequeno, pura, sem culpa, sem sombras, só uma alma inocente. Gostava de compara-lo com uma criança, porque até os olhos marejados, o rosto úmido por lágrimas e os soluços eram iguais de uma criança.
E SooHyun amava tudo nele, defeitos e qualidades, que aliás, eram muitas qualidades.
Não culpara Kibum por ter se apaixonado por Alexander, mas odiava pensar que queriam feri-lo como ele próprio fez com muitos na casa. Após aquele dia, foi obrigado a ver seu pequeno adorável partir, sair da casa que tanto queria viver, porque fora nojento e imundo. Depois daquele dia, decidiu que não tocaria em mais ninguém e não amaria ninguém. Trabalharia com o andamento para se tornar astrólogo, somente. Comprou um par de alianças, nela continha seu nome e o de seu pequeno amor, e usou a aliança com o nome dele até o dia que este retornasse, porque sabia... todos que partiam da casa, iriam retornar.

Se passou um ano após todo acontecimento. Alexander pensava sempre como nunca notara os atos do amado, assim como pensava, “Desde quando eu o amo tanto?!”. Trabalhava com literatura, curso esse que ele fazia em uma universidade que odiava tanto que não sabia nem o nome dela. Morava em um apartamento pequeno, o único que conseguira comprar com o dinheiro que tinha. Trabalhava com restauração de documentos antigos, um trabalho chato. Escrevia romances e era famoso por colocar sentimentos puros em situações complicadas, um drama estava sendo feito com uma de suas histórias. Em um ano, conseguiu uma vida que um dia seus pais se orgulhariam, claro, se deixassem o orgulho de lado e aceitassem seu filho do jeito que ele é. Conseguiria mais se não tivesse arruinado sua vida e ido realizar planos de crianças. Outra característica diferente em Alexander, ele não pensava mais como uma criança, não sonhava como uma, não tinha mais desejos e sonhos.
Não tivera relacionamento com ninguém, não amou mais ninguém, a única coisa que lhe deixava lembranças do passado, eram as cartas insistentes de KiSeop, o único amigo no qual dissera onde estava e o que fazia.
“Está na hora de voltar Lee. Porque eu estou de volta!” Essas foram às últimas palavras recebidas de seu amigo. Em um cartão colorido, cheio de balões e nesses balões tinham palavras de sentimentos bons, como amizade, esperança e... amor. Sem muitas falas e contendo muita história, esses são os meus romances.
Pessoas normais falam demais, nós não.
Eu me chamo Alexander Lee Eusebio, um garoto com grandes sonhos infantis, sou apaixonado por um jovem que vive nas estrelas, nesse desenho da minha vida, comparo o que sou, o que tenho e o que preso, a uma casa. Uma grande casa. Nela me tornei adulto, nela me tornei homem, nela me tornei cinza, se eu retornar, posso voltar a ver mundo colorido que sempre vi?! Nessa historia que escrevo, as pessoas irão ficar confusas, mas posso dizer, o lado adulto da minha vida não é algo de se orgulhar. Após o bilhete de Kiseop, Alexander sorriu e se lembrou. Se lembrou da vida que teve, a vida colorida e cheia de magia.
Quando se apaixonou por Shin SooHyun, ele lhe arrancou o primeiro sorriso sincero, se tornou homem nas mãos dele, um beijo, depois toques e em seguida, todas as noites, dividiam a mesma cama. Não se tocavam mais como naquela noite, mas não precisava, roçar de narizes e o olhar deles diziam tudo. Teve ao seu lado amigos sinceros, Kim Kibum, Kevin Woo Sunghyun e Kim Kyoung Jae, por mais que tenham deixado as sombras dominarem seus olhos, eles amavam Alexander, a ponto de brigarem por ele, mesmo que seja entre si. Viviam nos mundos de formas e desenhos, adoravam comparar a vida com o mundo das maravilhas por onde Alice passou. Se tornou adulto ao lado de Lee Kiseop que lhe ajudara a pensar como um, lhe mostrou o mundo dos números em que vivia e no quanto aqueles números mudam a vida das pessoas. Soube o que era magia, sonho, ao lado de Shin Dong Ho, um menino, mas com a mente de gente grande. Seu trabalho mais parecia diversão aos olhos de Alexander.
Aliás, estudar línguas era algo de adulto, mas com DongHo parecia uma brincadeira de letras.
Saber que tiveram problemas vindos da maturidade que partia de nosso intelecto, causava dor, mas era algo que qualquer ser humano passaria. Ficou pensando no quanto seria agradável voltar ao mundo de cor, mas não sabia se o seu retorno a casa lhe deixaria mais cinza quanto era quando saiu de lá. Não pensou muito nas possibilidades, já estava em um carro a caminho da casa. Quando o taxi parou, avistou DongHo brincar com um pequeno cachorro, pequeno demais para um cachorro. Sorriu com a cena, seu sorriso aumentou quando avistou o jovem Eli correr até o pequeno e pega-lo no colo, correndo com ele em seu ombro, a muito tempo não via isso. Desceu do automóvel, olhando ao longe os dois brincarem animados. Passou pelo jardim e se aproximou da porta de entrada, o taxi a espera, o tempo era curto do lado adulto de Alexander, tocou a pequena campainha ao lado da porta e notara acima, letras.

- A quanto tempo hein Alex?! – Sorriu sem desviar o olhar, era KiSeop, sabia reconhecer as vozes deles.

- O que é isso?

- Tínhamos que criar um nome pro carteiro deixar as correspondências. Já que não usamos endereço.

- Ukiss? – ouviu a risada divertida de seu amigo, fazendo Alexander desviar o olhar.

- Ehr, nem eu entendi isso, mas veio do Kibum.

- Então...?!

- Ta tudo bem, Xander. – Sorriu com o apelido que o amigo sempre usava. Notando enfim o espaço que ele lhe deixou – Entre, amigo.

Ao entrar na casa, notara toda a cor que tinha. Parecia mais vivo, mais iluminado. Se sentiu bem, uma coisa que não se lembrava a última vez que sentiu. Subiu as escadas, os olhos, que agora era cobertos por um par de óculos de grau, passeavam por cada detalhe da casa. Ainda era aquela casa maluca e cheia de vida. Caminhou pelo corredor até os quartos, caminhando vagarosamente e inconscientemente, até um dos quartos. Seus olhos pararam em um quarto em especial, agora tinha nomes nas portas. E nessa continha “Kevin e Kibum”, sorriu ao saber que os dois estavam novamente numa boa.

- Alex?

Desviou o olhar, mesmo que não quisesse realmente, SooHyun estava a sua frente. O sorriso desenhado nos lábios, o olhar fixo e hipnotizante centrado em si, então toda harmonia tinha ido. Alexander sentiu as pernas bambas e não conseguia pensar direito. Depois de tanto tempo se vê-lo, ainda se sentia tolo e indefeso perto do moreno, esse agora que tinha fios claros no lugar dos fios negros.

- Como vai? – soou mais seco que realmente queria, mas não conseguiu conter. Ou era assim ou diria tudo gaguejando como um idiota.

- Estou vivo – foi tudo que respondera, se aproximou do pequeno e lhe deu mais um sorriso – Não está comprometido, pelo o que eu vejo.

- Não e você está, pelo o que eu vejo – Sussurrou, mais pelo nervoso de ter o outro tão perto que por vontade própria.

- Quer conhece-lo? – SooHyun respondeu, mostrando-lhe de longe a pequena peça dourada enfeitando seu dedo.

- Se não for incomodo nenhum, eu quero.

- Vem – Alexander observou o jovem caminhar devagar em direção a um dos quartos, e pelo caminho, era o que dividia com ele antes de partir. Antes de entrar, olhara de relance a porta e observou, seu nome estava lá ainda e o nome do outro também, estranhou, mas ignorou. Ao entrar no cômodo, observou que este estava vazio e que o outro estava parado. Ouviu ele dizer algo como “feche os olhos, ele está no banheiro” e assim o fez. Caminharam um pouco e pararam.

- Pode abrir – Ouviu a voz do outro e pensou se seria realmente necessário isso. Respirou fundo e o fez. Ao abrir, se deparou com o seu reflexo no espelho.

- O que? - Você não leu o nome gravado na minha aliança? – Ao ouvir a voz de SooHyun, Alexander olhou rapidamente para a jóia e nela estava escrito seu nome. Desviou o olhar para o reflexo do amado no espelho e sentiu os olhos marejarem.

- A quanto tempo usa isso?

- A um ano e três dias – arregalou os olhos, deixando que as lágrimas deslizassem em seu rosto, levando as mãos ao rosto – e estou esperando desde o dia que as comprei para entregar a sua. Olhe pra mim, meu pequeno. Alexander abriu os dedos, olhando para o reflexo de SooHyun por entre eles, observou ele retirar de uma corrente que usava, uma aliança dourada e lhe mostrou.

- Me de sua resposta Alex e lhe dou a jóia – a voz dele agora não parecia mais séria, não parecia mais fria, ela era a voz doce que sempre usava.

- Sim, eu quero. Sentiu a mão delicada do outro, retirar a sua de seu próprio rosto, observou algumas estrelas tatuadas em seu dedo, escondidas, mas que conseguiu encontrá-las. Observou o amado lhe colocar a aliança e lhe sorrir.

- Kiss me – a voz doce e levemente rouca de Alexander soou, pedinte. Fechou os olhos quando sentiu os lábios do amado tocarem os seus carinhosamente, se deixando levar. Talvez realmente não voltasse ao mundo colorido no qual vivia, mas arriscaria. Arriscaria pelos amigos que tem e pelo amor, amor por um jovem que vivia nas estrelas e sempre o levava para essa viagem maravilhosa.



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